O Comitê de Solidariedade entre os Povos – Portugal é uma plataforma de luta e solidariedade aos levantes de caráter anticolonial que acontecem em diversas partes do mundo. Ouvimos o chamado que ecoa desde as montanhas, de onde os curdos protagonizam uma revolução histórica; sentimos o chamado das selvas de Chiapas, onde neste momento os povos zapatistas expandem os seus caracóis e seus mares, aprofundando um processo revolucionário iniciado a 25 anos atrás. Ouvimos também os gritos que ecoam desde a faixa de gaza e em toda diáspora palestina, que clama por solidariedade internacional e denuncia os crimes bárbaros do Estado de Israel. Também não pudemos deixar de ouvir o clamor desde às retomadas Guarani e Kaiowá, e da luta de tantos outros povos indígenas, que resistem bravamente em uma América Latina cada vez mais saqueada pelas forças do capital e sua principal ferramenta que é o fascismo.
Pretendemos prestar a devida solidariedade a estas lutas e povos desde o território dominado pelo estado português, que é onde nos encontramos. Para tal, pretendemos estender a nossa atividade em dois eixos de ações principais:
Propaganda: Produção e distribuição de materiais de propaganda pelas ruas e espaços associativos de Portugal; aderência e replicação das campanhas e chamadas internacionais a partir das nossas frentes trabalhadas;
Formação: Construção de um curso formativo sobre as lutas internacionais atuais, abordando a história, atualidade e especificidade de cada frente internacional cujo comitê tem trabalho, dividido por módulos. O curso teria como público alvo militantes e ativistas, através de sindicatos, movimentos e associações.
Encaramos o internacionalismo como um elemento essencial para a luta e resistência daqueles que são explorados e oprimidos pelo sistema capitalista e sua principal ferramenta de crescimento, expansão e conservação, o colonialismo. Às lutas anticoloniais específicas, que ganham uma força surpreendente na atualidade, inscrevem-se então em um plano mais amplo da luta de classes. Às rebeliões locais, por mais eficientes e enraizadas que sejam, apenas podem triunfar se obtiverem um amplo apoio dos trabalhadores e trabalhadoras de diversas partes do mundo. A solidariedade internacional é, pois, parte essencial da solidariedade de classe.
Viva a luta internacionalista! Viva a resistência dos povos originários! Pela superação da lógica euroreferenciada nos movimentos populares!